Questões, dúvidas e desafios na adoção das metodologias ativas em uma visão transformadora

Como uma concepção educativa a estimular processos construtivos de ação-reflexão-ação, segundo Paulo Freire (2006) no livro Pedagogia do Oprimido, por meio de uma postura ativa do estudante em relação ao seu aprendizado em uma situação prática de experiências, com o uso de problemas desafiantes e que permitam pesquisar e descobrir soluções, aplicáveis à realidade, as metodologias ativas representam estratégias novas de ensino e aprendizagem consideradas um novo desafio para a formação de professores. Considero que o desafio do início deste século seja a crescente procura por metodologias inovadoras, as quais permitam uma práxis pedagógica que supere os limites do conhecimento extremamente técnico e tradicional, indo ao encontro de uma formação ética, histórica, crítica, reflexiva, transformadora e humanizadora.
Como questões para a adoção das metodologias ativas em uma visão transformadora, coloca-se a necessidade de modificar a nossa própria percepção da realidade e a forma como nos relacionamos com o mundo, substituindo a abordagem mecanicista, fragmentada, competitiva e hegemônica por uma abordagem sistêmica, holística, cooperadora e integradora; compreendendo que os problemas confrontados pela sociedade contemporânea não podem ser entendidos separadamente, mas sim de maneira interligada, interdependente e contextualizada. No desenvolvimento de tais indagações, o conhecimento estimulado na Universidade contribui significativamente nessa transição paradigmática por meio de ações que oportunizem a construção coletiva de maneiras novas de interagir e de trabalhar com o conhecimento, bem como um caminho que conduza à construção de um currículo mais flexível, pensado, criado e vivenciado coletivamente a partir das necessidades e anseios dos sujeitos. Assim, há a necessidade de formar docentes que aprendam a pensar, a correlacionar teoria e prática, a buscar a resolução dos problemas de maneira criativa e adequada às necessidades da sociedade, que estejam aptos a agregar transformações em suas práticas.